O que é HPV?

HPV são as iniciais, em inglês, do Vírus do Papiloma Humano.

É um vírus de transmissão preferencialmente sexual e que tira a paz de milhares de mulheres, de forma desnecessária.  

Não é incomum uma reação de desespero quando se descobre estar infectada pelo vírus HPV.

Seu mundo acaba, o stress emocional e a ansiedade tomam conta de sua vida.

E todos esses medos e angústias são justificados pelo seu desconhecimento sobre essa infecção. Somado a isso, o modo como o profissional da saúde transmite essa informação, pode colaborar para acabar com suas noites de sono. E todas essas emoções ruins são desnecessárias, PORQUE A FALTA DE INFORMAÇÃO SOBRE HPV É UM GRANDE PROBLEMA, enfrentado agora.

A verdade é que apenas um número muito pequeno de mulheres infectadas pelo HPV irá desenvolver lesões. 

Aproximadamente 80% das mulheres infectadas irá eliminar o vírus de forma espontânea, sem qualquer medicamento, pomada ginecológica, vitaminas ou chás! 

A camisinha não protege 100% contra o HPV. 

A infecção por HPV não tem nenhuma semelhança com a infecção pelo HIV.

Esse vírus pode ficar dormindo (forma latente) no seu organismo por um período de mais de 10 ou 20 anos.

Uma infecção por HPV não indica traição, pois nunca saberemos quando e como adquirimos essa infecção.

Como muitas pessoas são portadoras do HPV e não apresentam nenhum sinal ou sintoma, elas não sabem que têm o vírus, mas podem transmiti-lo. Portanto, não se culpe ou se torture por ter adquirido essa infecção.

Calma! O HPV não é esse monstro que você imagina.

Minha missão é ajudar mulheres com HPV a viver sem o medo e culpa desse vírus.

Tenho muitos anos de experiência e já atendi mais de 10 mil mulheres desesperadas como você. Sou especialista em HPV e realizo o exame de colposcopia há mais de 10 anos. E tenha certeza, as histórias se repetem. Você não é a única que está enfrentando esse problema. Somos milhares de mulheres.

Caso você não saiba; a cada 10 pessoas no mundo…8 têm, tiveram ou terão contato com o HPV em algum momento de suas vidas.

A minha luta é contra o tabu e falta de informação sobre o HPV. E por isso fiz este site, pensando nas mulheres que não têm condições de ter uma consulta comigo. 

Seja bem-vinda. Esse site tem muita informação para você obter conhecimento e superar seus medos.

Formas de transmissão:

O HPV é um vírus extremamente contagioso e transmitido PREFERENCIALMETE de forma sexual. A transmissão ocorre pelo simples contato de pele com pele, pele com mucosa ou mucosa com mucosa. A transmissão também pode ocorrer de forma não sexual.

O HPV é sexualmente transmissível, mas o sexo com penetração não é necessário para a transmissão. A transmissão também pode ocorrer após o contato genital, pele a pele. Uma mão contaminada pode transmitir esse vírus. Outra forma de contaminação é através da autoinoculação.

A infecção pelo papilomavírus humano é a infecção sexualmente transmissível de maior contágio, sendo superior às infecções pelo herpes genital e pelo HIV.

Estudos mostram que 80% das mulheres no mundo entram em contato com algum tipo de HPV em algum momento de suas vidas. Ou seja, a cada 10 mulheres, 8 têm, tiveram ou terão uma infecção pelo papilomavírus humano em algum momento de suas vidas.

Ou seja, bem vido ao nosso time. Estamos na luta contra a falta de informação sobre o HPV.

Mas não entre em paranoia por causa do HPV. Não deixe que esse vírus paralise sua vida.

Vou te contar a maior verdade sobre o HPV.

Não é uma SIMPLES infecção por HPV que causa o câncer do colo do útero. O HPV que causa o câncer é aquele HPV que não desaparece espontaneamente. Aquele HPV que não consegue ser eliminado pelo nosso sistema imunológico. Esse HPV persistente poderá, sim, causar lesões pré-cancerígenas (as lesões de alto grau do colo do útero). Essas lesões de alto grau é que tentamos detectar ao fazer nossos exames preventivos com nossos ginecologistas. E essas lesões quando diagnosticadas e tratadas adequadamente irão impedir a evolução para um câncer invasor. As lesões de alto grau têm cura.

E como fazer o diagnóstico e tratar lesões de alto grau? Diante de exames de prevenção do câncer do colo do útero alterados, seu ginecologista irá solicitar um exame de colposcopia com biópsia, se necessário. O exame de colposcopia irá avaliar a gravidade das lesões causadas pelo HPV e indicar acompanhamento de lesões que provavelmente irão desaparecer espontaneamente ou, no caso de lesões que possam evoluir para um câncer, o colposcopista irá indicar a remoção dessas lesões.

Amo o que faço. Faço com amor, pois já passei pelo que você pode estar passando nesse momento.

Fique bem. Continue a procurar mais informações para que sua noite de sono seja mais tranquila.

Por que tanta desinformação sobre a infecção pelo HPV?

A falta de informação sobre a infecção pelo HPV decorre do fato de que a relação entre o câncer de colo do útero e HPV ter sido descoberta muito recentemente.

Foi somente no final dos anos 70, que as pesquisas realizadas por Harald zur Hausen, caracterizaram o HPV como elemento essencial no desenvolvimento dessa doença. E muitos anos se passaram para que Hausen fosse homenageado por sua descoberta, sendo o vencedor do prêmio Nobel de Medicina apenas em 2009.

Nos primeiros anos após essa descoberta, os ginecologistas utilizavam tratamentos mais agressivos a fim de obter a eliminação do vírus. Os próprios médicos acreditavam que um elevado número de mulheres infectadas pelo HPV acabaria por desenvolver o câncer de colo do útero. Por isso, era necessário destruir toda e qualquer lesão causada por esse “inimigo mortal”.

Estudos não demoraram a perceber que a medicina estava errada. Eles estavam agredindo suas pacientes mais do que o próprio vírus!

O que é HPV de alto risco?

Os tipos de HPV podem ser divididos em dois grupos de acordo com o seu potencial de causar o câncer.

Desta forma os tipos de HPV genital se dividem em HPV de baixo risco (os que não têm a capacidade de causar câncer) e HPV de alto risco oncogênico (os que têm a capacidade de causar câncer).

Calmaaa! Não quer dizer que toda mulher que tem HPV de alto risco irá ter câncer.

Outro ponto importante, não confundam HPV de alto risco com lesões de alto grau. O HPV de alto risco pode causar uma lesão de alto grau, que são as lesões pré-cancerígenas. Essas lesões se tratadas adequadamente têm cura.

Toda mulher que tem HPV de alto risco, obrigatoriamente, irá ter uma lesão de alto grau? NÃO.

A grande verdade é, que a maioria das mulheres infectadas por um HPV de alto risco irá eliminar esse vírus de forma espontânea. O próprio sistema imunológico é capaz eliminar o vírus. Apenas uma mínima quantidade de mulheres não irá conseguir eliminá-lo.

O vírus que não consegue ser eliminado pelo sistema imunológico poderá causar uma lesão de baixo ou alto grau. Essas são as lesões que procuramos ao realizar os exames preventivos para o câncer de colo do útero com o ginecologista. Após detecção, acompanhamento e /ou tratamento, essas lesões têm cura, impedindo o desenvolvimento de um câncer. Esse é a grande objetivo e importância da realização periódica destes exames.

Na atualidade, já foram descobertos mais de 140 subtipos de HPV, sendo que apenas uns 14 tipos foram relacionados ao maior risco de promover o câncer no colo do útero. Esses foram denominados de HPV DE ALTO RISCO, e caracterizados numericamente como 16, 18, 31, 33, 35, 45, 51, 52, 56, 58, 59, 66 e 68.

Os subtipos 16 e 18 predominam em todo o mundo e são os responsáveis por aproximadamente 70% dos cânceres do colo do útero. Os demais subtipos são classificados como NÃO 16 e/ou 18.

Os HPVs de alto risco parecem ser os mais prevalentes e comuns na população. Por outro lado, geralmente causam apenas infecções transitórias ou mesmo múltiplas infecções durante a vida da mulher, que irão desaparecer de forma espontânea, sem qualquer medicação ou tratamento.

Estima-se que menos de 5% das mulheres infectadas pelo HPV de alto risco poderão evoluir para doenças pré-malignas e malignas no colo do útero, na vagina ou na vulva. Ou seja, uma pequena porcentagem de mulheres infectadas poderá desenvolver lesões pré-cancerígenas (NIC 2, NIC 3 e AIS), as quais são facilmente tratadas.

O que é HPV de baixo risco?

O HPV de baixo risco não causa o câncer do colo do útero e por esse motivo não deve mais ser pesquisado.

A pesquisa do HPV de baixo risco, que é detectado pelo exame de captura híbrida para HPV, deve ser evitado. Isso porque essa descoberta não irá mudar qualquer conduta médica, mas poderá destruir psicologicamente muitas mulheres. E é isso que vejo repetidamente no meu consultório. Mulheres desesperadas com a detecção de um HPV de baixo risco que não causa o câncer de colo do útero.

O HPV de baixo risco oncogênico não consegue se integrar ao DNA da célula infectada. Este tipo de HPV não causa a degradação ou inativação delas. Não causa o câncer. Ele pode até causar pequenas alterações celulares no colo, mas que desaparecerão espontaneamente.

Na maioria das vezes, o HPV de baixo risco irá causar lesões benignas e autolimitadas, conhecidas como condilomas (verrugas genitais).

Os condilomas, em 90% dos casos, estão relacionados com uma infecção pelo HPV tipo 6 e 11.

Sobre os condilomas acuminados, irei escrever um outro artigo. Essas verrugas genitais não causam câncer, mas são chatas. Elas podem demorar a desaparecer, mesmo com tratamentos adequados, e arruinar a inteligência emocional de muitas mulheres e homens.

Se esse é o seu caso, peça recomendação e procure profissionais que irão te acolher nesse momento tão difícil.

HPV: Como e quando “peguei” esse vírus?

Você nunca irá saber como e quando se infectou pelo vírus do HPV.

            E este fato tem grande importância na vida de casais, pois uma infecção por HPV não significa uma traição e infidelidade.

            Uma infecção por HPV também não tem relação com promiscuidade, preferência sexual, classe social, etnia ou religião. Uma infecção viral que afeta 80% da população mundial não tem como rotular qualquer pessoa.

         Óbvio que quanto maior o número de parceiros, maior serão as chances de ter contato com este vírus. Mas pessoas com um único parceiro também podem adquirir uma infecção por HPV.

            O texto abaixo irá de mostrar esses fatos.

            O HPV é um organismo altamente infectante. É possível infectar-se com uma única exposição.

Estudos já detectaram HPV em virgens, lactentes e crianças que nunca sofreram abuso sexual, demonstrando que esse vírus pode também ser transmitido de forma não sexuais. 

A forma de transmissão mais comum é através do contato do pênis com a vagina.

O sexo anal também apresenta elevado risco de transmissão deste vírus.

Mas a transmissão pode ocorrer mesmo sem que tenha ocorrido penetração ou mesmo por uma mão contaminada.

O simples contato com a pele ou mucosa infectados é suficiente para se contaminar com o vírus. Com esse conhecimento, concluímos que camisinha não protege 100% contra o HPV. 

Como muitas pessoas portadoras do HPV não apresentam nenhum sinal ou sintoma, elas não sabem que têm o vírus, mas podem transmiti-lo. Portanto, não se culpe ou se torture por ter adquirido essa infecção.

Sabe-se que a verruga genital (condiloma acuminado) é altamente contagiosa.

O risco de transmissão através do contato com uma mão contaminada com a área genital é baixo, mas existe! O risco de transmissão orogenital também é baixo.

O HPV não sobrevive por longo tempo em objetos, sendo sua transmissão muito improvável com o uso de toalhas e sanitários.

O intervalo de tempo entre a contaminação e o aparecimento de lesões verrucosas na vulva ou de lesões subclínicas no colo do útero é sempre uma incógnita. 

Segundo o Ministério da Saúde, o período necessário para surgirem as primeiras manifestações da infecção pelo HPV é de aproximadamente 2 a 8 meses, mas PODE DEMORAR MAIS DE 20 ANOS.

Assim, é praticamente impossível determinar em que época e de que forma um indivíduo foi infectado pelo HPV.

HPV em Mulheres que fazem sexo com mulheres:

O risco de transmissão do HPV em mulheres que fazem sexo com mulheres é menor, uma vez que a forma de transmissão mais comum é através do contato do pênis com a vagina.

Mulheres que fazem sexo com mulheres também apresentam o risco de adquirir HPV. Seja através do contato de mucosa da vulva com outra vulva, do contato com mão contaminada, através do sexo oral ou através do compartilhamento de brinquedos sexuais.

Uma das formas de prevenção do HPV em mulheres que fazem sexo com mulheres é evitar o compartilhamento de brinquedos sexuais.

Escuto de muitas mulheres que elas estão mais expostas ao HPV porque não há como usar preservativo neste formato de relacionamento. E a minha resposta é sempre a mesma, na verdade vocês estão mais protegidas pelo fato de não existir a penetração do pênis na vagina, que é a forma mais comum da transmissão.

Sobre o sexo oral, ainda não existe nenhum estudo comprovando que a abstinência do sexo oral reduza os casos de câncer de garganta, uma vez que a autoinoculação por uma mão contaminada é outra forma comum de contaminação da cavidade oral.

Desta forma, mulheres que fazem sexo com mulheres devem realizar seu exame de Papanicolau da mesma forma que mulheres que fazem sexo com homens.

A prevenção através da vacinação contra HPV e através da realização de exames para prevenção do câncer de colo do útero com seu ginecologista são as formas mais eficazes de evitar o desenvolvimento de câncer no colo do útero.

O exame de colposcopia para mulheres que tiveram resultados alterados de seus exames preventivos ginecológicos é outra forma de salvar vidas. Por isso amo o que faço e trabalho com muito amor!

HPV e Gravidez:

Existem casos de crianças ou adolescentes que foram contaminados no momento do parto e desenvolveram verrucosas nas cordas vocais e laringe, doença conhecida como Papilomatose Respiratória Recorrente. Os papilomas laríngeos parecem não oferecer nenhum risco de progressão para malignidade.

Apesar disto, estudos sugerem que o risco de transmissão durante a gestação é relativamente baixo. Estudos mostraram resultados com grandes variações em relação as taxas de detecção de HPV nos recém-nascidos cujas mães apresentavam infecção por HPV durante a gravidez. As taxas de detecção deste vírus 6 semanas após o parto, não mostraram diferença entre nascidos de mães HPV-positivas e HPV-negativas. 

Estou infectada pelo HPV! E agora?

E agora…calma. Você não é a única. Você faz parte de 80% da população que também tem, teve ou terá contato com esse vírus.
A infecção por HPV é a doença sexualmente transmissível mais comuns no mundo.
O que vejo, todos os dias no meu consultório, são mulheres com teste de HPV detectando HPV de alto risco e que não apresentam qualquer lesão no colo, vagina ou na vulva. São infecções assintomáticas.
Fique tranquila, porque estima-se que somente 1% a 2% das mulheres infectadas desenvolverá verrugas genitais (chamadas de condilomas acuminados) e cerca de 2% a 5% das mulheres apresentarão alguma alteração no Exame de Papanicolau (colposcitologia oncótica).
A infecção por HPV é mais comum em mulheres com menos de 30 anos de idade, sendo que a grande maioria das infecções por HPV desaparecerá espontaneamente em até 24 meses. Em adolescentes a possibilidade de resolução espontânea é ainda maior.
De forma geral, após exposição ao HPV, o organismo pode reagir de três maneiras:

1. ELIMINAR O VÌRUS ESPONTANEAMENTE:
A maioria dos indivíduos consegue eliminar o vírus naturalmente em cerca de 1 a 2 anos, sem que ocorra nenhuma manifestação clínica ou subclínica (ou seja, sem que se desenvolvam verrugas ou lesões no colo do útero). A maioria das pessoas simplesmente elimina o vírus, sem nem saber que um dia isso ocorreu!

2. O VÍRUS CAUSAR LESÕES NA VULVA E/OU NO COLO DO ÚTERO.
E ESSAS LESÕES TÊM CURA!
Em um pequeno número de casos, o vírus pode se multiplicar e então provocar o aparecimento de verrugas genitais ou lesões subclínicas no colo do útero. As lesões subclínicas são aquelas diagnosticadas somente pelo exame de Papanicolau e pela Colposcopia.

3. O VÍRUS PODE FICAR “DORMINDO” E NÃO CAUSAR LESÕES.
Outra possibilidade é o vírus permanecer no organismo por vários anos, sem causar nenhum sinal ou sintoma. Ele fica na forma latente (dormindo). A diminuição da resistência do organismo pode desencadear a multiplicação do HPV e, consequentemente, provocar o aparecimento de lesões clínicas (que são as verrugas) e/ou lesões subclínicas.
Na maioria das vezes, o sistema imune consegue combater de maneira eficiente esta infecção alcançando a cura, com eliminação completa do vírus, principalmente entre as pessoas mais jovens.
Mas se você faz parte dessa pequena porcentagem de mulheres que apresentam lesão no colo do útero detectada no preventivo ou está com lesões verrucosas por HPV na vulva, não se desespere. Escrevi outros artigos pensando em você. Navegue no meu site e os irá encontrar. Fique bem!

HPV: Quando eu me contaminei?

O intervalo de tempo entre a contaminação e o aparecimento de lesões verrucosas na vulva ou de lesões subclínicas no colo do útero é sempre uma incógnita. 

Segundo o Ministério da Saúde, o período necessário para surgirem as primeiras manifestações da infecção pelo HPV é de aproximadamente 2 a 8 meses, mas pode demorar mais de 20 anos.

Assim, é praticamente impossível determinar em que época e de que forma um indivíduo foi infectado pelo HPV.

Quais os sinais e sintomas ginecológicos do HPV?

A infecção pelo HPV pode se apresentar de três formas: Forma Clínica, Subclínica e Latente.

Caracterizada pela presença de lesões verrucosas que podem ser observadas a olho nu, tanto pelo médico como pelo próprio paciente.

São as verrugas genitais ou condilomas, também chamadas popularmente de “crista-de-galo”.

Essas verrugas podem ter tamanhos variáveis, podem ser únicas ou múltiplas, podem se localizar numa determinada região ou podem ficar dispersas por toda a vulva e região perianal.

Esse tipo lesão geralmente está relacionado com o HPV 6 e HPV 11.

AS VERRUGAS CAUSADAS PELO HPV NÃO CAUSAM CÂNCER.

As formas subclínicas são mais frequentes que as verrugas genitais.

As formas subclínicas são as neoplasias intraepiteliais cervical de baixo e alto grau (NIC 1, NIC 2, NIC 3 e AIS). São aquelas detectadas através do exame de Papanicolau e observadas apenas através das lentes de um colposcópio.

O EXAME DE COLPOSCOPIA É FUNDAMENTAL PARA O DIAGNÓSTICOS DESSAS LESÕES QUE NÃO SÃO VISTAS A OLHO NU.

Essas lesões geralmente são causadas por um HPV de alto risco. Este têm a capacidade de alterar células e promover lesões pré-cancerígenas (NIC2 e NIC3).

As lesões pré-cancerígenas quando não diagnosticadas e tratadas adequadamente poderão evoluir para um câncer do colo do útero. Mas esse processo leva anos para ocorrer, por isso a importância da realização rotineira dos exames de prevenção do câncer de colo do útero, uma vez que essas lesões subclínicas têm cura.

AS LESÕES SUBCLÍNICAS (NIC 1, NIC 2, NIC 3, AIS) NÃO CAUSAM QUALQUER SINTOMAS.

As queixas de sangramento durante a relação sexual, dor e corrimento com cheiro de podre, somente irão ocorrer após a evolução para um câncer de colo do útero invasor.

POR ISSO É MUITO IMPORTANTE QUE UMA MULHER QUE APRESENTE SANGRAMENTO DURANTE AS RELAÇÕES SEXUAIS SEJA ENCAMINHADA PARA O EXAME DE COLPOSCOPIA. Este exame irá definir a origem deste sangramento. Ele irá observar se realmente existe uma lesão no colo do útero que sangra ao toque e  que está sendo a responsável pelo sangramento durante ou após o ato sexual.

Somente quando o câncer está em fases mais avançadas irá promover corrimento de odor fétido, sangramento e dores. Esse o motivo que torna o exame de Papanicolau fundamental na prevenção do câncer de colo, pois ele irá rastrear as lesões pré-cancerígenas (subclínicas), as quais têm cura se tratadas adequadamente.

POR ISSO NÃO SE ILUDA!

AS LESÕES DE ALTO GRAU NO COLO DO ÚTERO SÃO TOTALMENTE SILENCIOSAS. ELAS NÃO CAUSAM CORRIMENTO, COCEIRA OU IRRITAÇÃO.

Escuto muitas mulheres chegarem ao meu consultório já com uma lesão de câncer invasor, pois deixaram de ir ao ginecologista porque não estavam apresentando qualquer corrimento vaginal.

Desta forma, ENCONTRAR UMA LESÃO DE ALTO GRAU NO PREVENTIVO, SEJA UM NIC 2 OU NIC 3, NÃO É UM PROBLEMA, É SOLUÇÃO. Essas lesões têm cura, com um simples procedimento de remoção da área lesionada do colo do útero.

A importância do exame de colposcopia, tão pouco conhecido pelas mulheres e homens, é avaliar, diagnosticar e definir a conduta médica das lesões causadas pelo HPV

A cada dia que passa, sou mais apaixonada pelo que faço. Pois tenho e exata noção e quantas vidas salvo por dia!

Essa forma é aquela detectada apenas pelos exames de CAPTURA HÍBRIDA PARA HPV ou pelo PCR para HPV AR com GENOTIPAGEM. Através desses exames detectamos somente a presença do vírus do HPV.

Na forma latente, o HPV não causa qualquer alteração celular, por isso os exames de Papanicolau e a colposcopia estarão sempre normais, apesar do vírus ter sido detectado num teste para HPV.

Um exame de captura híbrida para HPV ou um PCR para HPV AR com genotipagem NEGATIVO, não indica que você nunca foi ou está infectado pelo vírus. Você pode ter o vírus, mas ele está na forma latente e a quantidade de cópias virais são insuficientes para serem detectadas pelo exame.

O fato de uma paciente ter o vírus, não significa que ela tem (ou terá) lesão por esse vírus.

Uma pessoa pode ter o vírus e não apresentar qualquer lesão clínica ou subclínica, isso seria classificado como a forma latente do HPV.

Tratamento do Condiloma Acuminado (verrugas genitais):

O tratamento tem por objetivo reduzir ou eliminar as LESÕES VERRUCOSAS causadas pela infecção.

            Atualmente existem várias opções de tratamento para as lesões causadas pelo HPV. 

            A forma de tratamento dependerá de vários fatores como idade da paciente, o tipo, a extensão e a localização da lesão (ou lesões).

A forma de tratamento também dependerá muito da experiência do profissional, que deverá ter conhecimento suficiente para não agredir sua paciente mais do que o próprio vírus.

Como posso me previnir contra o HPV?

Antes de começar a escrever sobre prevenção, quero esclarecer que a prevenção contra uma infecção pelo HPV é muito difícil e nenhuma dessas medidas é 100% eficaz.

            Não temos que ter medo do vírus!!! A infecção por HPV é muito comum, 80% da população já apresentou essa infecção em algum momento da sua vida. Porém a maioria das lesões por HPV é transitória, pois o próprio sistema imunológico elimina o vírus.

            Temos que estar sempre preocupadas com as lesões que podem ser causadas por essa infecção e, principalmente, com aquelas que não somem espontaneamente, pois essas lesões quando tratadas têm cura!

            Esse é o motivo pelo qual você nunca deve deixar de fazer rotineiramente seus exames com o ginecologista. Pois são esses os exames que irão detectar as lesões que ainda não podem ser diagnosticadas a olho nu. 

            As formas de prevenção, para reduzir o risco de uma infecção pelo HPV são:

1 – Estar em relacionamento sexual mutuamente monogâmico.

2 – Reduzir seu número de parceiros sexuais.

3 – Usar preservativo de látex, o que não tem 100% de eficácia, pois o vírus pode estar presente em áreas infectadas não protegidas pelo preservativo.

4 –Vacinas contra o HPV.

            O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) recomenda a vacinação de rotina contra o HPV para meninas e meninos de 9 a 14 anos.

            O ideal é que meninos e meninas recebam a vacina antes de ter o contato sexual e exposição ao HPV.

            A vacina é recomendada para todXs até os 26 anos, que não tenham sido vacinados de forma adequada anteriormente.

            Idealmente, os adolescentes devem ser vacinados antes de serem expostos ao HPV.

            No entanto, as pessoas que já foram infectadas com um ou mais tipos de HPV ainda podem obter alguma proteção contra outros tipos de HPV na vacina.

HPV: Vou ter câncer?

Claro que não.

          Quando você tem um teste de HPV que detecta um HPV de alto risco ou uma citologia oncótica (Exame de Papanicolau) alterado você está fazendo realmente a prevenção do câncer do colo do útero. Quando realizamos esses exames temos por objetivos descobrir muito precocemente lesões causadas por HPV, ou seja, muitos antes delas evoluírem para um câncer.

          Se você está desesperada porque algum, ou alguns, dos seus exames estão alterados. Respire fundo e depois agradeça por você ter acesso a um sistema de saúde. Muitas mulheres ainda morrem devido ao câncer de colo do útero, pois não tem acesso a qualquer atenção primária a saúde.

          O câncer de colo do útero é um desfecho muito raro, mesmo na presença de uma infecção por HPV de alto risco.

          Essa classificação do HPV de alto risco é outro fato que apavoram vocês. Calma, mesmo o HPV de alto risco raramente causará o câncer.

           A diferença entre o HPV de alto risco e o HPV de baixo risco é que os HPVs de baixo riscos são responsáveis pelas verrugas genitais (condilomas), as quais não evoluem para um câncer. O HPV de baixo risco não causa câncer.  O maior problema causado por ele são condilomas vulvares. As verrugas genitais são desagradáveis e podem destrir a autoconfiança e autoestima de muitas mulheres.

A grande verdade é que a maioria das mulheres infectadas por HPV de alto risco irá eliminar esta infecção de forma espontânea. O próprio sistema imunológico é capaz eliminar esse vírus. Apenas uma mínima quantidade de mulheres não irá conseguir eliminá-lo.

O HPV de alto risco, que não conseguir ser eliminado pelo sistema imunológico, poderá causar uma lesão de baixo ou alto grau no colo do útero. Essas são as lesões que procuramos ao realizar um Exame de Papanicolau e/ou um teste para HPV. Após detecção, acompanhamento e /ou tratamento, essas lesões têm cura, impedindo o desenvolvimento de um câncer. Esse é a grande objetivo e importância da realização periódica dos exames preventivos com o seu ginecologista.

HPV: Não indica promiscuidade!

Como qualquer doença sexualmente transmissível, o HPV vem carregado de preconceito de que somente pessoas promíscuas têm diagnóstico de DSTs.

          Esse fato não é uma realidade, quando estamos falando do HPV. A infecção por HPV é muito frequente, não sendo necessário ser promíscuo para se infectar.

          A transmissão do HPV é preferencialmente por via sexual, porém ele também pode ser adquirido de forma não sexual. Essas formas ainda são motivo de muitos estudos, porém elas existem.

          Não existe motivo para se culpar ou ter vergonha.

          O HPV é um vírus extremamente contagioso e transmitido PREFERENCIALMETE de forma sexual. A transmissão ocorre pelo simples contato de pele com pele, pele com mucosa ou mucosa com mucosa. A transmissão também pode ocorrer até mesmo através de uma mão contaminada. Por esses motivos a camisinha não protege 100% contra o HPV.

Estudos mostram que 80% das mulheres no mundo entram em contato com algum tipo de HPV em algum momento de suas vidas. Ou seja, a cada 10 mulheres, 8 têm, tiveram ou terão uma infecção pelo papilomavírus humano em algum momento de suas vidas.

Como muitas pessoas portadoras do HPV não apresentam nenhum sinal ou sintoma, elas não sabem que têm o vírus, mas podem transmiti-lo. Portanto, não se culpe ou se torture por ter adquirido essa infecção.

Obviamente que a promiscuidade é um fator de risco para infecção por HPV. A promiscuidade sexual é um comportamento em que uma pessoa mantém relações sexuais com múltiplos parceiros sem o uso de preservativos ou outras medidas de proteção. Isso pode aumentar o risco de contrair infecções sexualmente transmissíveis, incluindo o HPV.

A promiscuidade aumenta as chances de contaminação pelo HPV. Lógico, quanto maior o número de parceiros… maior será o risco de exposição ao vírus.

Mas o contrário não é uma verdade. Uma infecção por HPV não indica que a pessoa seja promíscua. O HPV pode ser adquirido numa primeira relação sexual ou num relacionamento com parceiro único.

Portanto, bem vida ao nosso time. Você não está sozinha. Junte-se a nós nessa luta contra a falta de informação sobre o HPV.

HPV: Não indica traição!

Não estrague o seu relacionamento ou desestruture a sua família por casa deste vírus.

          Muitos acreditam que uma infecção por HPV possa ser consequência de uma traição. Este mito ocorre pelo desconhecimento de que a infecção pode se estabelecer muito precocemente na vida e se manifestar anos ou décadas depois.

          A descoberta de uma infecção por HPV em uma determinada idade não significa que o parceiro atual é o contaminante.

          Se a pessoa teve outro(s) parceiro(s) no passado, ela pode ter se contaminado em mais de uma ocasião anos atrás. E neste cenário podemos ter duas explicações: a pessoa se contaminou no passado e a infecção se manteve latente (dormindo) até o momento atual ou a pessoa se contaminou no passado e o diagnóstico não foi feito anteriormente.

O intervalo de tempo entre a contaminação e o aparecimento de lesões verrucosas na vulva ou de lesões subclínicas no colo do útero é sempre uma incógnita. Este tempo pode durar de 2 a 8 meses, mas pode demorar mais de 20 anos.

O vírus do HPV pode permanecer latente (dormindo) por anos, ou décadas, antes de causar sintomas visíveis ou alterar exames ginecológicos de rotina para prevenção do câncer de colo do útero. Desta forma, uma pessoa pode ter contraído o vírus do HPV antes de estar em um relacionamento monogâmico.

Temos que lembrar que o HPV é uma infecção de transmissão preferencialmente sexual, mas ele pode também ser adquirido de forma não sexual.

Assim, é praticamente impossível determinar em que época e de que forma você foi infectada pelo HPV.

NÃO DEIXE ESSE VÍRUS DESTRUIR SUA VIDA OU A VIDA DAS PESSOAS QUE ESTÃO AO SEU LADO!

Bibliografia

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5. FEBRASGO – Manual de Orientação em Trato Genital Inferior e Colposcopia. 2010


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Este é um canal de atendimento para marcação do seu exame de colposcopia.

Sou especialista em HPV e não realizo consultas ginecológicas de rotina.

Muito Obrigada!

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