A sala de espera do meu consultório é um microcosmo de emoções. Vejo muitas mulheres, cada uma com sua história única, mas todas compartilham um ponto em comum: uma enorme ansiedade, muitas vezes gerada por medos que ainda não se concretizaram.

É comum observar:

• Apreensão sobre um exame desconhecido como a colposcopia, muitas vezes imaginada como um procedimento doloroso ou invasivo.
• O temor de que um diagnóstico de HPV seja uma sentença imediata de câncer de colo do útero, sem compreender as etapas e o tempo de progressão.
• A preocupação com a fertilidade e a capacidade de ser mãe, mesmo sem haver evidências de que o HPV afetará diretamente a reprodução.
• Histórias de conhecidas que enfrentaram batalhas difíceis, ou a presença de muitos casos de câncer na família, que amplificam os medos pessoais e geram uma sensação de inevitabilidade.

Em resumo, muitas chegam já carregando o peso de um sofrimento que se manifesta muito antes de um diagnóstico correto ser estabelecido ou de qualquer complicação real surgir.

O sofrimento por antecipação é um ladrão da paz, um gerador de ansiedade desnecessária que consome sua energia e bem-estar.

Ficar presa em pensamentos sobre o que pode acontecer no futuro nos impede de viver o presente.

É como se a mente estivesse sempre em "modo de emergência", roubando nossa energia, afetando nosso sono, nossa concentração e nos distanciando do que realmente importa agora.

Não é incomum sentir uma onda de desespero ao descobrir a infecção pelo HPV.

De repente, parece que o mundo desaba, e o estresse emocional e a ansiedade tomam conta da sua vida.

Todos esses medos e angústias são válidos, mas muitas vezes são alimentados por um profundo desconhecimento sobre a infecção.

 A verdade é que, na maioria das vezes, a maior batalha contra o HPV não é biológica, mas sim contra a desinformação e os estigmas associados a ele.

Desmistificando o HPV: A calma chega com o conhecimento

Aqui está a realidade, e ela é muito mais tranquilizadora do que você imagina:

Apenas uma pequena parcela das mulheres infectadas pelo HPV desenvolverá lesões graves.

O dado mais importante é que aproximadamente 80% das mulheres infectadas eliminarão o vírus de forma espontânea, sem a necessidade de medicamentos, pomadas, vitaminas ou chás. Seu próprio sistema imunológico, especialmente a imunidade celular, é incrivelmente capaz de combater e eliminar o vírus. Essa regressão espontânea ocorre porque o corpo reconhece o vírus e o combate, impedindo que ele cause alterações significativas nas células.

Portanto, calma! O HPV não é esse monstro que você está pintando em sua mente.

Os perigos silenciosos da ansiedade excessiva

Enquanto o HPV, na maioria dos casos, não representa um risco imediato à sua vida, a ansiedade descontrolada pode, sim, causar sintomas importantes e nocivos à sua saúde.

O estresse crônico libera hormônios como o cortisol, que podem impactar negativamente seu sistema imunológico, tornando-o menos eficiente.

Uma mente agitada, que não para de pensar nos piores cenários, gera um cansaço físico e mental exaustivo.

Noites mal dormidas (ou completamente em claro) se tornam rotina.

Você acorda indisposta, irritada, com a cabeça cheia de pensamentos negativos, o que cria um círculo vicioso prejudicial à sua saúde integral.

Sofrer por antecipação é um desperdício de energia preciosa.

Pequenos problemas se transformam em grandes dramas, e a lista de sintomas físicos pode ser assustadora: dores de cabeça tensionais, dores musculares crônicas, queda de cabelo, taquicardia, aumento da pressão arterial, problemas digestivos como síndrome do intestino irritável, alterações no apetite e até mesmo um sistema imunológico mais enfraquecido, o que, ironicamente, poderia dificultar a eliminação natural do vírus.

A ansiedade se manifesta de diversas formas no corpo, e ignorá-la é um risco.

Bloqueie o negativo: Aja com Coragem e Confiança!

Sua arma mais poderosa contra a ansiedade é a informação e a ação proativa.

Tenha coragem e vá fazer seu exame de colposcopia. E os resultados podem ser muito mais positivos do que você imagina:

• Talvez você não tenha nada além da presença do vírus, que será eliminado naturalmente pelo seu corpo, sem causar qualquer lesão.
• Talvez você tenha uma lesão de baixo grau (LSIL / NIC 1). Essas são alterações celulares mínimas, que têm uma probabilidade altíssima (cerca de 80%) de regressão espontânea, ou seja, de cura sem qualquer intervenção. Nesses casos, o acompanhamento regular é a principal conduta.
• Talvez você realmente tenha uma lesão de alto grau (HSIL / NIC 2 ou 3). É importante entender que HSIL ainda não é câncer, mas sim uma lesão pré-cancerígena que, se não tratada, poderia evoluir para câncer ao longo de anos. E aqui está a notícia mais importante: ELA TEM CURA, SE TRATADA ADEQUADAMENTE E A TEMPO!  

Não tenha medo de realizar a colposcopia. Muitas vezes, a realidade é muito mais branda do que o cenário catastrófico que criamos em nossa mente.

O Poder do Pensamento Positivo e da Ação Proativa

Se você pode pensar que vai dar errado, você também pode (e deve!) pensar que vai dar certo.

Quando os pensamentos negativos invadirem sua mente, tente substituí-los por coisas positivas e construtivas. Lembre-se:

• Você faz parte do grande grupo de 80% das pessoas que terão a cura espontânea da lesão causada pelo HPV, confiando na capacidade do seu próprio corpo.
• E mesmo se você estiver entre os 20% que precisam de intervenção, você encontrará um bom profissional que a ajudará a tratar e curar essa lesão com sucesso, garantindo sua saúde a longo prazo.

Não perca tempo tentando adivinhar o que ocorrerá no futuro. O único futuro que você pode influenciar é o que começa agora, com a sua atitude e cuidado.

Tome uma atitude e procure um bom profissional.

Agende seu exame de colposcopia com a Dra. Flávia Menezes, especialista em HPV

Invista na sua saúde e na sua paz mental. Você merece viver sem essa carga desnecessária de ansiedade!

Artigo por Dra. Flávia Menezes (CRM RJ: 62429-2 / RQE: 51496) – Ginecologista com qualificação em patologias do trato genital inferior e colposcopia (2009).