Quais são as possíveis complicações da conização por CAF?

Estetoscópio e prancheta com folha em branco, sobre a qual está posicionado um modelo anatômico 3D do sistema reprodutor feminino, representando útero, trompas e ovários, em contexto médico e educativo.

É natural que, ao considerar um procedimento médico, surjam dúvidas e até um pouco de apreensão. Mas quero que saiba que a conização por CAF é um passo muito significativo e protetor para a sua saúde.

É um ato de autocuidado que atua com precisão para resolver um desafio, impedindo que ele se agrave.

As possíveis complicações são realmente raras, e é importante que você as conheça para se sentir ainda mais segura e informada, compreendendo que a medicina evoluiu muito para tornar esses procedimentos extremamente seguros.

Quais são as possíveis complicações da conização por CAF?

Ao falarmos sobre as complicações, é importante entender que elas são exceções à regra, e a frequência com que ocorrem é bastante baixa, especialmente com o avanço das técnicas e a experiência dos profissionais. Vamos detalhar cada uma:

  1. Sangramento Excessivo:

Embora seja uma ocorrência bastante incomum, é uma das possibilidades que podem surgir após o procedimento. No entanto, as técnicas modernas de conização, como a CAF, são desenhadas para serem minimamente invasivas, utilizando a alça de alta frequência para cauterizar os vasos sanguíneos à medida que corta, o que minimiza significativamente o risco de hemorragias.

Qualquer sangramento que ocorra geralmente é leve e cessa espontaneamente ou com compressão.

A vigilância pós-operatória é sempre atenta para qualquer intercorrência.

  • Dor: A dor pós-conização é, na maioria das vezes, leve e comparável a uma cólica menstrual. É uma sensação que pode ser facilmente gerenciada com medicações simples prescritas pelo médico, garantindo seu conforto no período de recuperação. Casos de dor intensa são raros e geralmente indicam a necessidade de uma avaliação mais aprofundada.
  • Infecção vaginal: O risco de uma infecção na área operada é considerado baixo. Para manter esse risco ainda menor, são fornecidas orientações detalhadas sobre os cuidados pós-procedimento, incluindo higiene adequada e, em alguns casos, o uso de antibióticos preventivos.
  • Infecção urinária: É uma possibilidade, dada a proximidade anatômica da região, mas é algo monitorado e tratado prontamente com medicação específica, se necessário, sem maiores consequências.
  • Fraqueza no Colo do Útero (Incompetência Istmo Cervical): Esta é uma preocupação compreensível, especialmente para mulheres que desejam engravidar futuramente.

Existe um risco pequeno de enfraquecimento do colo, o que poderia levar a um risco aumentado de parto prematuro ou aborto tardio em gestações futuras. Contudo, a técnica de conização por CAF é um dos métodos preferidos por sua precisão e conservadorismo.

De acordo com as diretrizes da ASCCP, a remoção do tecido cervical é limitada ao mínimo necessário para garantir a excisão completa da lesão, preservando ao máximo a estrutura e a função do colo do útero.

A maioria das mulheres não experimenta problemas significativos de incompetência istmocervical em gestações subsequentes.

  • Estenose do Orifício Cervical: Refere-se ao estreitamento ou fechamento parcial do canal do colo do útero, o que pode, em raras ocasiões, causar dificuldade no fluxo menstrual ou na concepção.

É uma complicação rara com a técnica de CAF, pois a intenção é sempre preservar a abertura natural do colo.

A habilidade do cirurgião em realizar a hemostasia (controle do sangramento) de forma delicada e a cicatrização individual de cada paciente influenciam nesse processo. O acompanhamento pós-procedimento permite identificar e, se necessário, intervir precocemente caso haja sinais de estenose.

Não há motivo para temor.

A conização por CAF é considerado um tratamento altamente eficaz e seguro para lesões pré-cancerígenas do colo do útero.

O verdadeiro cuidado com sua vida reside em tomar a decisão de agir agora, evitando que uma lesão tratável se desenvolva em algo muito mais complexo e perigoso, como um câncer invasivo.

Este é um passo de autocuidado e prevenção, uma decisão poderosa que você toma por sua própria saúde.

A conização por CAF é um procedimento muito simples e seguro. O maior risco para sua vida é o de não realizar esse procedimento, permitindo que uma lesão tratável evolua para um câncer.

Artigo por Dra. Flávia Menezes (CRM RJ: 62429-2 / RQE: 51496) – Ginecologista com qualificação em patologias do trato genital inferior e colposcopia (2009).

Fontes Consultadas (Bibliografia):

  1. Apgar B., Colposcopia: Princípios e Práticas. Atlas e Texto. Segunda edição. Capítulo 7. 129-158
  2. Mayeaux. Tratado & Atlas – Colposcopia Moderna. ASCCP. Capítulo 7. 129-159
  3. 2019 ASCCP Risk-Based Management Consensus Guidelines for Abnormal Cervical Cancer Screening Tests and Cancer Precursors. Perkins, Rebecca B.; Guido, Richard S, then et al. Journal of Lower Genital Tract Disease: April 2020 – Volume 24 – Issue 2 – p 102 – 131.

Dra. Flávia Menezes - CRM: 5262429-2 / RQE:51496

Dra. Flávia Menezes
CRM: 5262429-2 / RQE:51496

Médica Ginecologista e Colposcopista.

Especialista em Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia (PTGI).

Mais de 20.000 exames de colposcopia realizados.

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Médica formada pela UFRJ com mais de 20 mil exames de colposcopia realizados. Formada em ginecologia e especialista em HPV.

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