Qual é o tratamento para alterações por HPV

tratamento para alterações por HPV

Você acabou de receber o resultado de um exame e a palavra "HPV" apareceu. É natural sentir um friozinho na barriga, uma mistura de dúvidas e até um pouco de medo. Mas respire fundo: você não está sozinha nessa jornada.

A boa notícia é que o HPV é muito comum e, na maioria dos casos, podemos cuidar das alterações que ele causa de forma tranquila e eficaz. O segredo? Entender que cada mulher é única e que o caminho para o tratamento é desenhado com muito carinho e atenção, pensando em você e na sua saúde.

O tratamento para as alterações causadas pelo HPV é sempre planejado a partir de uma avaliação muito completa. Olhamos cada pedacinho do quebra-cabeça da sua saúde para ter a imagem mais clara possível. Para isso, levamos em conta tudo o que os exames nos mostram.

Definindo o tratamento adequado para HPV

Para definir o tratamento mais adequado para O HPV, juntamos as informações de vários exames importantes:

O Exame do HPV (PCR para HPV):

Esse é um teste que nos diz se você tem o vírus e, mais ainda, qual tipo de HPV está presente.

O importante é saber que a maioria das mulheres elimina o HPV naturalmente. O que nos preocupa é quando o vírus "insiste em ficar" por muito tempo no corpo (chamamos isso de HPV persistente). É essa persistência que aumenta a chance de uma lesão se desenvolver. Por isso, não é apenas um tipo de HPV que importa, mas se ele permanece com você ao longo do tempo. É esse acompanhamento que nos dá a real dimensão do que precisamos fazer.

  • O Papanicolau (o famoso preventivo):

Esse exame simples vê se as células do colo do seu útero apresentam alguma pequena mudança causada pelo HPV. Ele é um alerta, a indicação de que precisamos investigar mais a fundo.

  • Os achados da Colposcopia:

Aqui, eu uso um aparelho especial que me permite olhar o colo do seu útero bem de pertinho, como se fosse uma lupa gigante. Consigo ver detalhes que o olho nu não alcança, e isso me ajuda a mapear onde as alterações causada pelo HPV podem estar.

  • Os resultados da biópsia (se for feita):

Se durante a colposcopia eu vir algo que precisa de uma investigação maior, posso coletar um pedacinho bem pequeno de tecido. Esse pedacinho é enviado para análise e nos dá a confirmação exata do que está acontecendo ali.

A união de todas essas informações – o tipo e a persistência do HPV, o que o Papanicolau mostrou, o que eu vi na colposcopia e o que a biópsia confirmou – é que me permite montar o plano de cuidado perfeito para você.

Entendendo as Alterações (NIC): Leves, Moderadas e Mais Avançadas

As alterações no colo do útero causadas pelo HPV são classificadas de acordo com a sua "gravidade", do mais simples ao mais complexo. Chamamos essas alterações de NIC (Neoplasia Intraepitelial Cervical), e elas podem ser leves (NIC 1), moderadas (NIC 2) ou mais avançadas (NIC 3).

  • NIC 1 (Alteração Leve):

Quando a alteração é leve (NIC 1), na maioria das vezes, o corpo da mulher consegue se livrar dela sozinho. Por isso, a conduta geralmente é observar e acompanhar de perto, com exames regulares. O objetivo é dar tempo para seu corpo agir e evitar tratamentos desnecessários.

  • NIC 2 (Alteração Moderada):

Se a alteração for moderada (NIC 2), a decisão é tomada com mais cuidado. Dependendo da sua idade, se você ainda pensa em ter filhos ou outros fatores, podemos optar por um acompanhamento mais de perto para ver se a lesão regride sozinha. Mas, em muitos casos, o tratamento para remover a alteração já é recomendado para evitar que ela progrida.

  • NIC 3 (Alteração Mais Avançada):

Quando a alteração é mais avançada (NIC 3), o tratamento para remover essa lesão é a conduta que protege sua saúde. Isso porque a NIC 3 é considerada um passo mais próximo do câncer de colo do útero, e agir prontamente é a melhor forma de prevenção.

Que o tratamento nunca seja "mais agressivo" do que o próprio HPV

Para mim, o mais importante é que o tratamento nunca seja "mais agressivo" do que a própria lesão causada pelo HPV.

Minha prioridade é sempre buscar a conduta mais conservadora e que, ao mesmo tempo, seja mais eficaz para resolver o problema.

Por exemplo, em alguns casos, pode ser indicada a Conização por CAF. Esse é um tratamento muito preciso, que retira apenas a parte do tecido que está alterada, de forma delicada e preservando o seu colo do útero com o objetivo de evitar complicações obstétricas futuras, se for o caso.

É um exemplo de como a tecnologia nos ajuda a ser menos invasivas e mais certeiras, sempre focando na sua recuperação e bem-estar.

Se você tem alterações por HPV, não deixe as dúvidas tomarem conta.

Agende uma consulta com a Dra. Flávia Menezes para uma avaliação cuidadosa e um plano de tratamento desenhado especialmente para você, com foco na sua saúde e tranquilidade.

Artigo por Dra. Flávia Menezes (CRM RJ: 62429-2 / RQE: 51496) – Ginecologista com qualificação em patologias do trato genital inferior e colposcopia (2009).

Fontes Consultadas (Bibliografia):

  1. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Estimativa 2020: incidência de câncer no Brasil / Instituto Nacional de Câncer. José Alencar Gomes da Silva. – Rio de Janeiro: INCA, 2019.
  2. 2019 ASCCP Risk-Based Management Consensus Guidelines for Abnormal Cervical Cancer Screening Tests and Cancer Precursors. Perkins, Rebecca B.; Guido, Richard S, then et al. Journal of Lower Genital Tract Disease: April 2020 – Volume 24 – Issue 2 – p 102 – 131.

Dra. Flávia Menezes - CRM: 5262429-2 / RQE:51496

Dra. Flávia Menezes
CRM: 5262429-2 / RQE:51496

Médica Ginecologista e Colposcopista.

Especialista em Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia (PTGI).

Mais de 20.000 exames de colposcopia realizados.

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Sobre mim

Médica formada pela UFRJ com mais de 20 mil exames de colposcopia realizados. Formada em ginecologia e especialista em HPV.

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