HPV: Por que sofrer por antecipação é o seu pior inimigo?

sofrer por antecipação por causa do hpv

Você se pega imaginando os piores cenários? Descobriu que está infectada pelo vírus HPV e, após uma busca rápida no "Dr. Google", já está convencida de que o mundo vai acabar?

Calma! Respire fundo.

É provável que a situação seja muito menos assustadora do que a sua mente está imaginando.

A vida é, por natureza, uma jornada cheia de descobertas e, sim, alguns desafios.

Desde cedo, somos condicionados a nos precaver e a temer o desconhecido.

Nosso cérebro, programado para a sobrevivência, muitas vezes dispara o alerta de "perigo" mesmo diante de ameaças apenas potenciais.

No entanto, muitas vezes, essa tendência de antecipar problemas nos causa um sofrimento mental desnecessário e intenso, muito antes que qualquer coisa ruim realmente aconteça.

Esse hábito de "sofrer por antecipação" é uma armadilha que rouba sua paz interior e alimenta a ansiedade.

É como se você já estivesse vivendo a dor de um futuro que ainda nem existe.

Sua mente entra em um estado de alerta constante, liberando hormônios do estresse que, a longo prazo, podem impactar sua saúde física e mental.

Pergunte-se honestamente:

  • Você está sofrendo porque precisa fazer um exame que nunca fez, como a colposcopia, e já imagina o pior cenário possível?
  • A dor imaginada já te consome, mesmo sem ter acontecido, e você se sente exausta só de pensar nisso?
  • O medo do resultado do exame já te paralisa, impedindo-a de buscar a informação e o cuidado necessários?
  • Você já se vê enfrentando um câncer, quando nem mesmo tem um diagnóstico completo ou qualquer indício real de malignidade?

VOCÊ ESTÁ DESGASTANDO SUA ENERGIA COM ALGO QUE NÃO TEM CERTEZA SE ACONTECERÁ, E MUITO MENOS COMO ACONTECERÁ.

Essa entrega aos pensamentos negativos é como dar corda a um relógio que só marca o tempo do sofrimento.

Sua energia é minada, as preocupações se acumulam e a vida se torna insuportável.

A paranoia pode, inclusive, impactar seus relacionamentos, gerando tensões desnecessárias com familiares e parceiros.

É comum sentir-se "suja", com a autoestima abalada, e a intimidade – incluindo o sexo – se torna algo a ser evitado, não por uma questão física, mas pela carga emocional e pelo estigma autoimposto.

Tudo isso, muitas vezes, acontece antes mesmo de você fazer o exame, conversar a fundo com seu médico ou conhecer o seu diagnóstico real.

Você não acha que está sendo um pouco precipitada com a própria felicidade?

Mergulhar nesse mar de ansiedade, antecipando cenários que ninguém confirmou, pode criar problemas reais e desnecessários na sua vida, afetando seu bem-estar emocional e suas conexões.

O pensamento positivo é seu aliado (e não um luxo!)

 Mudar a mentalidade não é sobre ignorar a realidade, mas sobre gerenciá-la com inteligência emocional e basear suas reações em fatos, não em ficções.

Que tal tentar pensar assim:

"Não vou me consumir antes da hora. Vou aguardar o exame, conversar com meu médico e só então, com as informações em mãos, lido com o que for real. Até lá, mereço estar em paz e focar no meu bem-estar presente."

Lembre-se: o positivo atrai o positivo, e o contrário também é verdadeiro.

A mente é poderosa, e a forma como você a alimenta molda a sua realidade.

Se você se identificou com essa jornada de ansiedade, trago algumas dicas práticas para te ajudar a não sofrer por antecipação:

Gerencie seus pensamentos e expectativas

Não alimente a mente com especulações negativas.

Pensamentos catastróficos distorcem a realidade, diminuem sua autoconfiança e fazem você enxergar "problemas" onde talvez não existam.

Quando um pensamento ruim surgir, questione-o ativamente: "Isso é um fato comprovado ou apenas uma suposição baseada no meu medo? Qual é a evidência real para essa conclusão? O que posso fazer com essa informação agora, neste exato momento?

Desmistifique o medo: A realidade costuma ser mais leve

Na maioria das vezes, o medo que criamos em nossa mente é muito maior do que o problema em si.

Você está criando monstros onde, na verdade, pode haver algo simples de resolver ou gerenciar.

É fundamental entender que a vasta maioria das infecções por HPV é transitória e se resolve espontaneamente graças ao seu sistema imunológico.

Apenas uma pequena porcentagem de infecções persistentes, com tipos específicos de alto risco, pode levar a lesões que, se não tratadas, podem evoluir para câncer – um processo que geralmente leva anos.

O objetivo dos exames como o Papanicolau, PCR para HPV e a colposcopia é justamente identificar essas lesões precocemente, permitindo o tratamento antes que se tornem um problema grave.

Liberte-se dessa prisão mental do medo, permitindo-se viver o presente com informação e clareza.

Compartilhe e Conecte-se com Suas Amigas

Marque um encontro com suas melhores amigas, converse abertamente sobre o que está sentindo.

Você descobrirá que não está sozinha nessa.

Considerando que cerca de 80% da população sexualmente ativa teve, tem ou terá uma infecção por HPV em algum momento da vida, é muito provável que suas amigas, ou as amigas delas, tenham histórias para compartilhar.

Essa troca pode oferecer apoio, conselhos práticos, desmistificar tabus e, acima de tudo, a certeza de que é um problema comum, gerenciável e que não define quem você é.

Não adie o cuidado: A ação é sua maior aliada

"Problema adiado é problema piorado" – essa máxima se encaixa perfeitamente aqui.

Enfrentar a situação e resolvê-la o mais breve possível impede que a ansiedade crie raízes e se torne um fardo maior.

Não perca tempo imaginando "e se"; em vez disso, tome as rédeas da situação.

Agende sua colposcopia, sua consulta de retorno ou qualquer exame necessário o mais rápido possível.

Lembre-se: o medo do HPV é compreensível, mas a informação correta, a busca ativa por cuidado médico e a confiança no seu corpo e nos profissionais de saúde são as melhores ferramentas para combatê-lo.

Não se deixe paralisar pelo que ainda não aconteceu.

Artigo por Dra. Flávia Menezes (CRM RJ: 62429-2 / RQE: 51496) – Ginecologista com qualificação em patologias do trato genital inferior e colposcopia (2009).

Dra. Flávia Menezes - CRM: 5262429-2 / RQE:51496

Dra. Flávia Menezes
CRM: 5262429-2 / RQE:51496

Médica Ginecologista e Colposcopista.

Especialista em Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia (PTGI).

Mais de 20.000 exames de colposcopia realizados.

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Sobre mim

Médica formada pela UFRJ com mais de 20 mil exames de colposcopia realizados. Formada em ginecologia e especialista em HPV.

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