Há anos trabalho acalmando pessoas infectadas pelo HPV e sempre identifiquei uma relação entre medo e HPV nas minhas pacientes.
Meu trabalho técnico se resume em receber pacientes com preventivos alterados, com suspeita ou diagnóstico de HPV para a realização do exame de colposcopia (utilizando ácido acético e lugol), o qual localiza, classifica a gravidade e define o local da biópsia (quando necessária) das lesões causadas por esse vírus.
Porém, por mais técnico que seja o meu trabalho de diagnóstico do vírus HPV, a abordagem psicológica sobre o assunto é de fundamental importância para o bem estar das pacientes.
Esclarecimentos sobre o vírus com uma abordagem tranquilizadora sobre o tema é parte do atendimento que o profissional de saúde realiza, a final de contas, estamos lidando com seres humanos.
Uma conversa esclarecedora tem como principal objetivo tranquilizar as pacientes, para que, em caso de descoberta do vírus HPV, o tratamento seja feito de forma que não tenha interferência de fatores psicológicos.
Todas as pacientes, sem exceção, chegam ao meu consultório com muitos medos e sinais de ansiedade, Por vezes, até algum sentimento de raiva, por ter adquirido o vírus, está presente neste mix de emoções.
Como profissional de saúde, não faço julgamentos sobre o estado emocional em que as pacientes se encontram. Meu papel é dar o suporte necessário para o melhor tratamento possível, abordando o diagnóstico e o tratamento de forma que acalme a paciente.
A desinformação em relação ao HPV é enorme, ela é o pior problema relacionado a infecção pelo vírus.
Minha sugestão é: Evite realizar pesquisas sobre as causas de infecção do vírus pela internet. Há muita informação desencontrada que pode afetar o seu estado emocional.
É muito comum as pacientes realizarem pesquisas no Google sobre o assunto e ficarem ainda mais preocupadas.
As pesquisas de uma forma geral se resumem nas seguintes informações:
Estas informações, tradicionalmente, possuem um discurso extremamente técnico que pode não ser bem interpretado, ou muitas das vezes não possuem a conotação adequada para a paciente.
Infelizmente, ainda são poucas as fontes de informação sobre HPV para o público leigo.
Caso queira maiores informações sobre o assunto, procure identificar se o seu médico de confiança disponibiliza algum canal de comunicação para os seus pacientes.
Tradicionalmente, aqueles profissionais de saúde que já estão antenados com a revolução digital, disponibilizam informações relevantes através dos seus próprios sites, escrevendo textos de fácil entendimento, como tradicionalmente faço por aqui.
Diante de tantas informações desencontradas, surgem os medos, que geram estados de ansiedade que são mais nocivos a elas do que o próprio vírus do HPV.
Os principais medos relatados pelas pacientes são:
Além do medo, existem outros sentimentos que perturbam as mulheres.
A vergonha de ter contraído uma doença sexualmente transmissível. A sensação de estar contaminada, pois contraiu uma DST.
A mulher geralmente se culpa por ter contraído o HPV
A culpa de não ter usado a camisinha.
Nesses casos, eu sempre informo que o uso do preservativo diminui a possibilidade de transmissão na relação sexual, mas não evita totalmente o contágio.
A camisinha não protege 100% contra infecções pelo HPV. Desta forma, a culpa é um sentimento que não pode existir.
Tudo isso, gera perda de auto-estima.
A paciente passa a se sentir feia e desinteressante. Tenta se isolar do mundo. Ocorre a perda do interesse sexual e não é incomum ocorrer um conflito com o parceiro correlacionando a doença com infidelidade.
Mas todas essas questões não têm fundamento.
Seria muito importante que vocês entendessem que não devemos ter medo do vírus.
Muitas pessoas possuem o vírus e não desenvolvem qualquer lesão.
Devemos concentrar nossos esforços para descobrir a presença das lesões causadas por esse vírus, e estas lesões têm cura.
Levante a sua auto-estima.
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