Depois da conização estou curada?

Conização: Um Passo Importante, mas o Cuidado Continua!

Você fez a conização e agora se pergunta: "Estou curada?". Essa é uma dúvida muito comum e cheia de esperança para muitas mulheres. A conização é, de fato, um procedimento fundamental para tratar lesões no colo do útero, removendo células anormais ou pré-cancerígenas. No entanto, é importante entender que o cuidado com sua saúde continua após a intervenção.

Neste artigo, vamos esclarecer o que realmente significa estar "curada" após a conização e qual a importância do acompanhamento contínuo.

O que é a conização?

conização é um procedimento cirúrgico que remove uma porção em forma de cone do colo do útero, onde as células anormais são mais propensas a se desenvolver. Esse procedimento é utilizado tanto para diagnóstico quanto para tratamento de lesões pré-cancerígenas (NIC 2 e NIC 3) e, ocasionalmente, de cânceres iniciais.

Risco de a lesão voltar:

Embora a conização seja um tratamento eficaz, existe um pequeno risco de a lesão retornar. Isso acontece especialmente se o HPV de alto risco persistir em seu corpo, ou se houver uma nova infecção. Por isso, o seguimento é tão necessário.

O Que São: Margens Livres e Margens Comprometidas

Depois da cirurgia, o tecido removido é enviado para análise. O objetivo é confirmar se as "margens" (as bordas do tecido retirado) estão livres de doença.

Se as margens estão livres, é um ótimo sinal de que a lesão foi toda removida!

Se as margens estão comprometidas, significa que é possível que nem toda a lesão tenha sido retirada e que ainda possa haver células doentes no colo do útero.

No entanto, é fundamental lembrar que a conização trata a lesão, mas não elimina o vírus HPV do seu corpo. O HPV, que causou a lesão, pode continuar presente e, por isso, é essencial o acompanhamento.

Acompanhamento após a conização: um guia simples

O Primeiro controle importante (6 meses depois):

Aos 6 meses após a conização, você deverá ir ao seu ginecologista para fazer exames. O ideal é fazer o PCR para HPV (para ver se o vírus ainda está ativo) e o exame de Papanicolau.

O uso preferencial do PCR para HPV é apoiado por evidências de que o teste de HPV pós-tratamento é o preditor mais preciso do resultado do tratamento.

Se o PCR para HPV for positivo, mesmo que o exame de Papanicolau esteja normal, você deverá ser encaminhada para o exame de colposcopia com biópsia, se necessária.

Acompanhamento Anual:

Se o seu primeiro PCR para HPV aos 6 meses não detectar HPV de alto risco, você continuará fazendo o PCR para HPV e o exame de Papanicolau uma vez por ano. O objetivo é conseguir 3 resultados negativos consecutivos (ou seja, 3 anos seguidos com os exames normais).

Depois de ter esses 3 resultados anuais negativos, a boa notícia é que a frequência dos exames pode diminuir para a cada 3 anos.

Se o seu acompanhamento está sendo feito somente com citologia (exame de Papanicolau), você deverá repetir a citologia em intervalos de 6 meses por 2 anos. Após os 2 anos de citologias normais, a recomendação do Ministério da Saúde é repetir citologia anualmente por 5 anos.

Dra. Flávia Menezes a sua especialista

Em resumo: a conização é um passo importante, mas o acompanhamento regular com seu médico, através dos testes de HPV e Papanicolau, é a chave para a sua saúde a longo prazo.

É um compromisso que vale a pena para a sua tranquilidade e bem-estar!

Artigo por Dra. Flávia Menezes (CRM RJ: 62429-2 / RQE: 51496) – Ginecologista com qualificação em patologias do trato genital inferior e colposcopia (2009).

Fontes Consultadas (Bibliografia):

  1. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Estimativa 2020: incidência de câncer no Brasil / Instituto Nacional de Câncer. José Alencar Gomes da Silva. – Rio de Janeiro: INCA, 2019.
  • 2019 ASCCP Risk-Based Management Consensus Guidelines for Abnormal Cervical Cancer Screening Tests and Cancer Precursors. Perkins, Rebecca B.; Guido, Richard S, then et al. Journal of Lower Genital Tract Disease: April 2020 – Volume 24 – Issue 2 – p 102 – 131.

Dra. Flávia Menezes - CRM: 5262429-2 / RQE:51496

Dra. Flávia Menezes
CRM: 5262429-2 / RQE:51496

Médica Ginecologista e Colposcopista.

Especialista em Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia (PTGI).

Mais de 20.000 exames de colposcopia realizados.

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Sobre mim

Médica formada pela UFRJ com mais de 20 mil exames de colposcopia realizados. Formada em ginecologia e especialista em HPV.

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