A incidência do vírus HPV ainda é muito alta em todo o mundo, e no Brasil não é diferente.
Segundo a OMS, estima-se que 630 milhoes de pessoas estejam infectadas pelo vírus do HPV em todo o planeta.
Com um número altíssimo de infecções pelo vírus, é normal que muitas pessoas tenham dúvidas com relação ao assunto.
Por isso, resolvi listar as 10 dúvidas mais frequentes sobre o HPV que esclareço diariamente em meu consultório.
Como especialista no tratamento do HPV, tendo atendido mais de 7 mil de pacientes infectadas pelo vírus, venho esclarecer de forma simples os principais questionamentos sobre sobre o tema e te deixar tranquila sobre o assunto.
Confira abaixo a minha lista das 10 principais dúvidas sobre o HPV.
HPV significa papilomavírus (HPV, do inglês: “Human Papillomavirus”).
Os HPVs são vírus capazes de infectar a pele ou as mucosas.
Existem mais de 150 tipos diferentes de HPV, sendo que cerca de 40 tipos podem infectar a região genital e o ânus.
Estudos no mundo comprovam que 80% das mulheres sexualmente ativas serão infectadas por um ou mais tipos de HPV em algum momento de suas vidas. Essa percentagem pode ser ainda maior em homens. Porém, a maioria das infecções é transitória, sendo combatida espontaneamente pelo sistema imunológico, regredindo entre seis meses a dois anos após a exposição, principalmente entre as mulheres mais jovens.
Você conseguiu entender que não é a única no mundo que tem HPV?
A infecção por HPV é muito mais comum do que você pensa.
A transmissão do vírus se dá por contato direto com a pele ou mucosa infectada. A principal forma é pela via sexual, que inclui contato oral-genital, genital-genital ou mesmo manual-genital. Assim sendo, o contágio com o HPV pode ocorrer mesmo na ausência de penetração vaginal ou anal.
Vou explicar de uma forma mais clara. A transmissão se dá principalmente pelo contato.
A camisinha NÃO protege 100% contra este vírus, pois a transmissão pode ocorrer pelo simples contato com um pênis, vulva ou MÃO infectados.
É sempre recomendado a visita a um bom urologista. É importante a avaliação da possível presença de verrugas, placas ou lesões no pênis, púbis, saco escrotal, períneo e ânus.
A maioria das lesões tem cura espontânea e o período de incubação, desde a contaminação pelo vírus até o aparecimento da lesão, pode ser de dias, meses ou anos.
Assim, é quase impossível saber quem nos contaminou.
Uma infecção por HPV não é indicativa de traição, pois o vírus pode ter sido adquirido há muitos anos atrás.
Não se sabe por quanto tempo o HPV pode permanecer latente e quais são os fatores responsáveis pelo desenvolvimento de lesões.
As manifestações da infecção podem só ocorrer meses ou até anos depois do contato.
Por esse motivo não é possível determinar se o contágio foi recente ou antigo.
Alguns tipos de HPVs causam as verrugas genitais, o famoso condiloma. Outros tipos de HPVs simplesmente não causam sintomas e SOMENTE serão detectados pelo exame de PREVENTIVO.
O EXAME DE PREVENTIVO DEVE SER REALIZADO PERIODICAMENTE PARA IDENTIFICAR CÉLULAS ALTERADAS PELA AÇÃO DO HPV!!!
O PREVENTIVO NÃO TEM POR OBJETIVO FAZER DIAGNÓSTICO DE CORRIMENTO VAGINAL.
O PREVENTIVO É PARA PREVENIR O CÂNCER DE COLO UTERO, QUE É CAUSADO NA GRANDE MAIORIA DAS VEZES PELO HPV, QUE NÃO SOME ESPONTANEAMENTE QUANDO NÃO É TRATADO DE FORMA ADEQUADA.
A camisinha protege 100% contra o vírus do HPV?
Não, a camisinha não é uma proteção 100% efetiva contra o vírus HPV.
Como mencionado acima, a transmissão do vírus do HPV acontece com um simples contato com um pênis, vulva, vagina ou mãos infectadas.
Posso ter HPV e meu preventivo ser NORMAL?
Sim, o exame preventivo não tem sensibilidade de 100%, podendo apresentar falhas , por isso devemos repeti-lo periodicamente.
Um exame preventivo pode apresentar erro ou simplesmente não conter células alteradas pelo o vírus naquela amostra.
Mas fique calma, pois o câncer de colo de útero é muito lento e demora anos para aparecer.
O importante é repetir o seu preventivo sempre que seu médico solicitar.
HPV tem cura?
SIM, AS LESÕES POR HPV TEM CURA.
A maioria das pessoas sexualmente ativas apresenta infecção por HPV pelo menos uma vez na vida.
Acredita-se que quase 80% da população já foi, está ou será infectada pelo HPV.
Mas essas pessoas terão câncer? Claro que não…. a maioria destas infecções por HPV tem cura espontânea, sem qualquer remédio, creme vaginal, vitamina ou tratamento.
O câncer de colo do útero é um desfecho muito raro, mesmo na presença da infecção pelo HPV de alto risco oncogênico.
O hábito de fumar pode aumentar o risco do câncer de colo do útero?
SIM. O tabagismo é um dos principais fatores de risco para impedir a cura espontânea do vírus do HPV.
O tabagismo é um dos principais fatores de risco para permitir a infecção persistente pelo HPV e o desenvolvimento do câncer de colo do útero.
Acho que está na hora de PARAR DE FUMAR, não acha?
Qual a diferença entre HPV de alto risco e HPV de baixo risco?
Existem 2 tipos de HPV: O HPV de baixo risco para câncer, que são os vírus responsáveis pelas verrugas genitais (ou condilomas) e o HPV de alto risco oncogênico, que são aqueles que podem causar lesões no colo uterino (as lesões de baixo e alto grau são explicadas em outro tópico).
Um HPV de alto risco muitas vezes causa uma lesão de baixo grau (NIC 1), que podem TER CURA espontânea.
Espero que o esclarecimento das dúvidas acima tenham servido como uma forma de te tranquilizar sobre o tema.
O HPV, se identificado e tratado não será um tormento para a sua saúde.
Procure o seu ginecologista e faça o seu exame periódico, sua saúde agradece.
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