A melhor resposta para esta pergunta é: Sim, as lesões por HPV tem cura!
Infelizmente, a ciência ainda não tem respostas para todos os questionamentos sobre a infecção pelo HPV. Como exemplo podemos dizer que o entendimento da latência viral ainda é um mistério para resolver.
Um teste para HPV negativo significa que estou curada?
A não detecção do HPV pelos testes de CAPTURA HÍBRIDA OU PCR PARA HPV DE ALTO RISCO pode significar a eliminação do vírus ou o estabelecimento de latência viral.
Isso significa que o organismo pode ter conseguido eliminar todas as cópias virais promovendo a cura, ou ter conseguido eliminar quase todas as cópias, porém restaram algumas poucas que não conseguem ser detectadas por estes exames.
Posso permanecer com o vírus do HPV para sempre?
Devido à incerteza que envolve nossa compreensão da imunidade natural contra uma reinfecção ou a latência do HPV. Após uma infecção pelo HPV existem 3 possibilidades:
- A mulher elimina completamente o HPV e produz anticorpos contra esse HPV. Assim ela será HPV negativa e imune à uma reinfecção.
- A mulher elimina completamente o HPV e que não produz anticorpos contra esse HPV. Ou seja, permanece suscetível a reinfecção (HPV negativa, mas suscetível à reinfecção)
- A mulher NÃO elimina completamente o HPV e este permanece no seu organismo na forma latente.

Após uma infecção por HPV ficarei imune contra uma reinfecção?
Estudos se mostram inconsistentes ao tentaram avaliar se os anticorpos séricos desenvolvidos após a infecção natural por HPV protegem contra uma reinfecção.
Outros estudos muitas vezes consideram que a imunidade contra o HPV decrescente com o envelhecimento; no entanto, uma explicação alternativa para esses dados seria a transição de um estado de latência para reativação.
Novas exposições sexuais e reativação latente são teorias frequentemente como explicação para o segundo pico de prevalência de HPV em mulheres mais velhas.
Por isso a importância de realizar rotineiramente os exames de preventivo e a colposcopia, quando indicada pelo seu ginecologista.
Qual o risco de reativação de uma infecção prévia?
Estudos suportam a visão de que novas exposições sexuais têm um alto risco de infecção por HPV, mesmo em mulheres mais velhas, mas a proporção de infecções que decorrem da aquisição sexual versus uma reativação da infecção prévia é difícil de estimar.
Ou seja, é impossível de afirmar se uma infecção por HPV numa mulher mais velha decorre de uma nova infecção por HPV, ou se essa infecção ocorreu devido a reativação de um HPV adquirido no passado.
Mas é importante ter em mente, que um exame de colposcopia, quando indicado pelo seu médico, irá avaliar a existência ou não de uma lesão.
Qual é o risco de NIC após uma infecção por HPV reativada, em comparação com uma nova aquisição?
Esta resposta não é clara. Infelizmente a ciência não tem respostas para todos os nossos questionamentos.
Diante de tantas incertezas, nossa maior preocupação deve ser: Manter os exames de Papanicolau e testes moleculares para HPV em dia! Pois dessa forma conseguimos realizar precocemente o diagnóstico de lesões que têm cura!
Se o seu médico solicitar não perca tempo ….. FAÇA LOGO SUA COLPOSCOPIA.
REFERÊNCIAS:
- J. Doorbar et al. The Biology and Life-Cycle of Human Papillomaviruses / Vaccine 30S (2012) F55– F70.
- Patti E. Gravitt. The known unknowns of HPV natural history. J Clin Invest. 2011;121(12):4593–4599. doi:10.1172/JCI57149
- McBride AA. 2017 Oncogenic human papillomaviruses. Phil. Trans. R. Soc. B 372: 20160273.
- Patti E. Gravitt and Rachel L. Winer. Natural History of HPV Infection across the Lifespan: Role of Viral Latency. Viruses 2017, 9, 267; doi:10.3390/v9100267
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