O Risco de Infectar Meu Parceiro com HPV

O Risco de Infectar Meu Parceiro com HPV

Esse é o segundo texto da série “SÃO MUITAS DÚVIDAS”.

Nesse artigo reuni algumas das dúvidas que me foram enviadas pelo Messenger e pelo Direct, ou mesmo feitas através dos comentários do Facebook e Instagram.

Aproveito esse espaço para agradecer a participação e apoio de vocês nessa minha luta contra a desinformação sobre o HPV.

Esse vírus é o grande “vilão” do câncer de colo do útero, mas sobre o qual a ciência já tem bastante conhecimento para interromper sua ação e evitar o desenvolvimento de um câncer.

Após a cura de uma lesão por HPV, ainda existe a possibilidade de infectar meu parceiro (a)?

Sim, claro que existe. Mas na verdade, a ciência ainda não conhece a taxa de risco de transmissão das lesões subclínicas.

Lesões subclínicas são aquelas que não são possíveis se observar a olho nu, como por exemplos os NIC 1, 2 e 3 no colo do útero, diferente das lesões verrucosas facilmente percebidas pela(o) paciente e o médico, as quais são altamente contagiosas.

Mas não quero que isso vire um transtorno na sua vida.

Não deixe isso se transformar num drama e que você se sinta a pior pessoa da face da Terra.

Quero que pense junto comigo. Sabemos que 8 em cada 10 pessoas se infectaram pelo HPV em algum momento de suas vidas. Desta forma, a regra do mundo é ter HPV.

Não ter HPV é uma exceção, pois apenas 2 em cada 10 pessoas nunca se infectaram ou se infectarão pelo HPV durante a vida.

Lembre-se, a maioria das infecções apresentam clareamento espontânea, o próprio sistema de defesa será capaz de eliminar a infecção.

Diante desta informação, será que devemos nos preocupar tanto assim com esse vírus?

Seria mais inteligente focarmos nossa atenção na prevenção. Vacinar quando possível e indicado, além de ir rotineiramente ao seu médico e rastrear possíveis lesões causadas pelo HPV

Temos que parar de ter medo do vírus. Vamos investir na prevenção.

Já tive NIC 3 e fiz o tratamento há 6 meses. O PCR para HPV não detectou mais o vírus. Posso infectar meu parceiro?

Um PCR negativo tem dois significados: ou você eliminou completamente as cópias virais de HPV ou eliminou quase todas as cópias virais e o vírus se encontra num estado latente.

Enquanto o PCR se mantiver negativo, o número de cópias virais é tão pequeno, que é incapaz de promover lesão ou infectar o parceiro.

Mas novamente reforço o escrito acima. Não entre na paranóia por causa disto. Invista na prevenção, sempre.

Tive verrugas e tratei. Posso ser reinfectada pela mesma pessoa?

Teoricamente existe um risco muito pequeno, que nem deve ser levado em consideração.

O maior risco é você se infectar por um outro tipo de HPV, ou seja, uma nova infecção por um tipo de vírus diferente.

Entendo esse questionamento e esse medo. Ficamos com medo daquelas verrugas não sumirem nunca. Ficamos arrasadas diante daquelas lesões horrorosas. Elas não causam câncer, mas destroem a nossa autoestima.

Mas acreditem, elas somem. Se você não tem nenhum comprometimento no seu sistema imunológico, elas muito raramente reaparecem.

Tive relação com uma pessoa infectada por HPV. Estou com medo. E agora?

Pacientes chegam desesperadas ao meu consultório após descobrirem que o(a) parceiro(a) apresenta infecção por HPV.

Calma. Apesar da ansiedade ocasionada pela possibilidade de uma contaminação, não é bem assim que funciona.

Se você se expôs ontem ao vírus, não irá apresentar lesão amanhã….

O fato de ter mantido relação sexual com uma pessoa infectada pelo HPV não significa que obrigatoriamente ocorreu a transmissão da infecção.

Você apenas deve ficar atenta(o) para o surgimento de alguma lesão.

Não adianta procurar o médico no dia seguinte, pois o aparecimento de lesão(ões) pode levar semanas, meses ou anos para ocorrer.

As mulheres devem apenas manter a realização periódica dos exames ginecológicos preventivos (Papanicolaou, e se possível o PCR HPV de alto risco).

Vou voltar repetir: temos que investir na prevenção e não ter medo desse vírus.

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Sou especialista em HPV e não realizo consultas ginecológicas de rotina.

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