Cuidar da sua saúde ginecológica é um ato de amor-próprio e prevenção.
Entre as preocupações que rondam a saúde feminina, o Papilomavírus Humano (HPV) e suas possíveis lesões no colo do útero se destacam por sua importância na prevenção do câncer.
Mas, afinal, qual é o exame que realmente identifica essas lesões precocemente, permitindo um tratamento eficaz e a sua tranquilidade?
O HPV é um vírus extremamente comum, com mais de 100 tipos. Enquanto muitos são inofensivos, alguns são considerados de alto risco por estarem diretamente ligados ao desenvolvimento de diversos tipos de câncer, sendo o de colo de útero o mais conhecido.
As lesões por HPV no colo do útero são alterações nas células classificadas como NIC 1, NIC 2 ou NIC 3 (Neoplasia Intraepitelial Cervical). O grau da lesão indica sua gravidade e o quanto elas estão mais próximas de se tornarem um câncer de colo de útero.
Mas calma: mesmo uma NIC 3, que é a verdadeira lesão precursora, leva anos para evoluir para um câncer invasor.
Todas essas lesões (NIC 1, NIC 2 ou NIC 3) são assintomáticas, o que significa que a mulher não sente absolutamente nada.
É importante ressaltar que nem você, nem seu ginecologista a olho nu as veem. Nem mesmo o colposcopista as enxerga utilizando apenas o colposcópio. Elas só se tornam visíveis após a aplicação de reagentes específicos (ácido acético e solução de Lugol/teste de Schiller), que destacam as áreas alteradas.
Por isso, fazer exames preventivos regularmente é fundamental, mesmo sem sintomas, pois é a única forma de detectá-las precocemente e garantir o tratamento adequado.
Entendido o que é o HPV e porque a detecção precoce é fundamental, vamos aos exames que fazem essa diferença:
Papanicolau (Preventivo ou Citologia Cervical):
Este é o exame mais conhecido e amplamente utilizado. Durante o Papanicolau, o médico coleta uma amostra de células do colo do útero para análise em laboratório. Ele é capaz de identificar alterações celulares que podem ser um indicativo da presença do HPV.
Teste de HPV (PCR para HPV de alto risco com genotipagem ou captura híbrida):
Mais específico que o Papanicolau, o Teste de HPV busca a presença do DNA do próprio vírus nas células do colo do útero. Ele é fundamental para identificar os tipos de HPV de alto risco que mais preocupam em relação ao câncer. Este teste pode ser realizado isoladamente ou em conjunto com o Papanicolau, no que chamamos de coteste.
Colposcopia:
Quando o Papanicolau e/ou o Teste de HPV apontam alguma anormalidade, a colposcopia entra em cena. Com um colposcópio, aparelho com uma lente de aumento e iluminação própria – o colposcopista consegue examinar o colo do útero, a vagina e a vulva em detalhes. Se áreas suspeitas forem visualizadas, uma biópsia (coleta de um pequeno fragmento de tecido) pode ser realizada para análise aprofundada.
As lesões causadas pelo HPV têm cura, e é fundamental lembrar disso.
O diagnóstico precoce das lesões pré-cancerígenas, especialmente as de alto grau como NIC 2/3, é essencial para alcançar a cura.
Países com programas de rastreamento populacional bem estabelecidos demonstram uma redução drástica nos casos de câncer de colo de útero invasor, resultando em menos sofrimento para muitas mulheres.
Portanto, não subestime a importância dos exames preventivos. Eles são a chave para a detecção precoce e a cura das lesões causadas pelo HPV.
A Dra. Flávia Menezes é especialista em HPV.
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Prevenção é sempre a melhor escolha!
Artigo por Dra. Flávia Menezes (CRM RJ: 62429-2 / RQE: 51496) – Ginecologista com qualificação em patologias do trato genital inferior e colposcopia (2009).
Fontes Consultadas (Bibliografia):